As infecções pelo vírus Zika geralmente são assintomáticas ou causam doença leve e autolimitada, contudo, podem ocorrer desfechos graves, como a síndrome congênita do Zika (SCZ) em neonatos. Esses desfechos atípicos ocorrem em uma pequena parcela de infectados e os fatores determinantes para a ocorrência dos mesmos são pouco compreendidos. Variações na resposta imune do hospedeiro influenciam a susceptibilidade ou resistência às doenças. Considerando isso, esta obra avalia aspectos gerais da infecção por Zika e a associação entre polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs) em genes candidatos com a ocorrência e gravidade da Síndrome Congênita do Zika Para isto, foi realizado um estudo de caso-controle, no qual foram avaliadas crianças com SCZ e suas mães (grupo caso), e crianças saudáveis que nasceram no mesmo local e período do surto de vírus Zika e suas mães (grupo controle). Os resultados mostraram associação entre os SNPs TLR3 rs3775291, TREM1 rs2234246 e IL4 rs224325 nas mães e a ocorrência de SCZ, quando comparadas às mães do grupo controle. Ademais, os SNPs CXCL10 rs4508917 e CXCL8 rs4073 foram associados à presença de SCZ, e os SNPs TNFα rs1799964, CXCL8 rs4073 e TRL7 rs179008 foram associados com a gravidade da microcefalia decorrente da SCZ. Em conclusão, os resultados sugerem que a genética materna é um fator importante para a ocorrência da SCZ e, do mesmo modo, que a genética do concepto pode contribuir tanto para a ocorrência quanto para a gravidade da SCZ.
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